Convidaste-me para dançar, amigos, e eu aceitei. Convidaste-me outra vez, e dançámos.
Dançámos juntos, cada vez mais juntos, algo aconteceu ali, ficámos praticamente um só.
Passava as mãos pelas tuas costas, tu pelas minhas, mexíamos o corpo ao som da música, da batida, éramos só nós.
Tu cantaste.
Eu entrei no ritmo, senti a música, mais que isso, senti a letra, o momento - e quando fecho os olhos, repete-se, repete-se...
Tu viraste-me, olhos nos olhos, agarrámo-nos, já nada era importante.
Senti a tua respiração nas minhas costas, a minha cabeça no teu ombro, mãos firmemente fechadas sobre o teu corpo.
Uma transição mais longa, sem ritmo, não havia desculpa para continuarmos assim - larguei-te sem vontade, o que queria era ficar contigo. Fiquei junto a ti, olhava-te e brincávamos como habitualmente.
Tu estavas sério, pensativo, tão parecido ao que és sempre.
Recordei momentos passados contigo, tive pena que não fossem recentes.
Lembrei-me da vez em que reparei que existias - 3 meses antes de te conhecer, estávamos a ajudar na festa da outra escola -, eu sabia onde já te tinha visto.
Voltou a música, mútuo entendimento, não se falou, praticamente não nos olhámos, o que interessava era sentir.
Não sei quanto tempo estivémos juntos, mas não chegou. Queria mais, queria... - tudo isto porque não era a primeira vez que pensava em ti.
Quando, por fim, nos separámos, a minha vontade era seguir o "conselho", juntar os meus lábios aos teus, um ligeiríssimo toque, para saberes que não eras tu - nem eu -, que apenas o tempo não fora suficiente quando o momento de ir chegou.
Despedimo-nos no meio da confusão - duas vezes, dois sítios diferentes, o mesmo olhar, um misto de espanto, prazer e suposto entendimento, de ambas as vezes, em ambas as caras.
Não sei o que ouviste no caminho para casa.
Eu não ouvi nada. Aliás, continuo sem ouvir, só consigo pensar no que não aconteceu e em quão propício foi esse momento.
Queria ter ido ter contigo, com os putos. Sei que seria diferente, ganhofa, rir e brincar, mas... acalmava-me de vez, ou continuaria inquieta - e aí saberia o que era, não ficava neste alarido para estar contigo.
Quando falámos, foi insonso. Mas tão bom!, porque falámos, o que já não fazíamos há muito.
Isto só pode ter sido bom.
E, no entanto, queria que se tornasse ainda melhor, queria repetir e continuar aquela noite, voltar atrás no tempo, àquela noite mágica em que ouvi a boca mais foleira de sempre.
Queria eu tivesse acontecido qualquer coisa e que significasse, ou não, algo para ti. Porque assim, estou na dúvida:
não falas porque não aconteceu ou porque não interessa?
Não há um certo ou errado, apenas a resposta permitiria preencher este vazio.
Para ti, A.
by Bá*
Dançámos juntos, cada vez mais juntos, algo aconteceu ali, ficámos praticamente um só.
Passava as mãos pelas tuas costas, tu pelas minhas, mexíamos o corpo ao som da música, da batida, éramos só nós.
Tu cantaste.
Eu entrei no ritmo, senti a música, mais que isso, senti a letra, o momento - e quando fecho os olhos, repete-se, repete-se...
Tu viraste-me, olhos nos olhos, agarrámo-nos, já nada era importante.
Senti a tua respiração nas minhas costas, a minha cabeça no teu ombro, mãos firmemente fechadas sobre o teu corpo.
Uma transição mais longa, sem ritmo, não havia desculpa para continuarmos assim - larguei-te sem vontade, o que queria era ficar contigo. Fiquei junto a ti, olhava-te e brincávamos como habitualmente.
Tu estavas sério, pensativo, tão parecido ao que és sempre.
Recordei momentos passados contigo, tive pena que não fossem recentes.
Lembrei-me da vez em que reparei que existias - 3 meses antes de te conhecer, estávamos a ajudar na festa da outra escola -, eu sabia onde já te tinha visto.
Voltou a música, mútuo entendimento, não se falou, praticamente não nos olhámos, o que interessava era sentir.
Não sei quanto tempo estivémos juntos, mas não chegou. Queria mais, queria... - tudo isto porque não era a primeira vez que pensava em ti.
Quando, por fim, nos separámos, a minha vontade era seguir o "conselho", juntar os meus lábios aos teus, um ligeiríssimo toque, para saberes que não eras tu - nem eu -, que apenas o tempo não fora suficiente quando o momento de ir chegou.
Despedimo-nos no meio da confusão - duas vezes, dois sítios diferentes, o mesmo olhar, um misto de espanto, prazer e suposto entendimento, de ambas as vezes, em ambas as caras.
Não sei o que ouviste no caminho para casa.
Eu não ouvi nada. Aliás, continuo sem ouvir, só consigo pensar no que não aconteceu e em quão propício foi esse momento.
Queria ter ido ter contigo, com os putos. Sei que seria diferente, ganhofa, rir e brincar, mas... acalmava-me de vez, ou continuaria inquieta - e aí saberia o que era, não ficava neste alarido para estar contigo.
Quando falámos, foi insonso. Mas tão bom!, porque falámos, o que já não fazíamos há muito.
Isto só pode ter sido bom.
E, no entanto, queria que se tornasse ainda melhor, queria repetir e continuar aquela noite, voltar atrás no tempo, àquela noite mágica em que ouvi a boca mais foleira de sempre.
Queria eu tivesse acontecido qualquer coisa e que significasse, ou não, algo para ti. Porque assim, estou na dúvida:
não falas porque não aconteceu ou porque não interessa?
Não há um certo ou errado, apenas a resposta permitiria preencher este vazio.
Para ti, A.
by Bá*
3 comentários:
Você aqui ? ^o)
Como eu te percebo Sarinha , como eu te percebo ...
Bjs!
Sarah Pires Saint-Maxent, ISTO É PRA QUEM ?!
EXIJO uma explicação .
Ly @
Sinto-me lisongeado por ter sido o primeiro a quem mostraste isto =)
Adoro-te minha escritora preferida!
Bjinho!
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